Servidores expuseram ao presidente do TSE as razões da greve nacional do Judiciário Federal e MPU, que começa nesta quarta em Minas
Ao receber representantes da categoria, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, disse que vem tentando marcar uma reunião com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, mas que este não retorna as suas ligações. Representantes do Comando de Greve levaram ao ministro, nesta terça-feira (11), as reivindicações da categoria, que está em greve nacional pela aprovação do PCS-4 e contra o congelamento dos salários.
Os trabalhadores explicaram os motivos da greve, última alternativa diante da paralisia do projeto que revisa o plano de cargos na Câmara (PL 6613/2009) e da ameaça de congelamento salarial (PLP 549/2009). Em Minas Gerais, a categoria entra em greve a partir desta quarta-feira (12).
O ministro disse aos servidores que a direção do Tribunal Superior Eleitoral vem se empenhando pela aprovação da proposta. E fez referência à dificuldade que vem encontrando para falar com o ministro do Planejamento, orçamento e Gestão (Mpog). Mas ressaltou ser contra a greve nesse momento.
Nos últimos dias, Lewandowski teve encontros com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza PT-SP), e com o presidente da Casa, Michel temer PMDB-SP), nos quais tratou do PCS.
Na avaliação do servidor Antonio Melquiades, que participou da audiência, essas iniciativas são importantes, mas ainda é pouco diante de quase cinco meses sem que a cúpula do Judiciário agisse em prol do projeto enviado no ano passado pelo STF ao Congresso Nacional. “Nesse tempo todo não vi ninguém [da cúpula do Judiciário] fazer nada em defesa da proposta”, disse.
O ministro Gilmar Mendes deixou a presidência do Supremo Tribunal Federal sem sequer se encontrar com o ministro do Planejamento ou com o presidente Lula para tratar da questão.
Na avaliação de Melqui, é a greve que começa a mudar esse quadro ao chamar a atenção para o problema e a reivindicação dos servidores.
Para Cleber Aguiar, da direção do sindicato de São Paulo (Sintrajud), foi importante o ministro ter recebido os servidores, mas o resultado da reunião mostra outra vez a importância de uma greve forte em todo país. “Já está claro que o governo não quer negociar nem com os servidores nem com a cúpula do Judiciário. Só com a greve vamos conseguir vencer essa barreira e garantir nossos direitos. O tempo é curto e precisamos avançar na luta, caso contrário serão dez anos de congelamento salarial”, disse.
Por Hélcio Duarte Filho,
jornalista do Luta Fenajufe
(com dados da Redação do Sintrajud)