por Antonio Carlos dos Reis “Salim”
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), congregando cerca de mil sindicatos e seis milhões de trabalhadores, fundada nos dias 19, 20 e 21 de julho, nasceu do consenso das bases e lideranças trabalhistas quanto à necessidade do advento de um novo ciclo histórico no sindicalismo nacional. A mobilização cidadã em resposta às necessidades de transformações sociais e aos desafios relativos ao desenvolvimento do Brasil sintetiza as metas da entidade, forjada no entendimento e união da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Autônoma de Trabalhadores (CAT), Social Democracia Sindical (SDS) e importantes entidades sindicais independentes.
A Declaração de Princípios da UGT é adequada às prioridades brasileiras, a começar pela defesa do crescimento sustentado da economia, passando, necessariamente, pela modernização e avanço da infra-estrutura e o resgate da dívida social, por meio de programas consistentes de saúde, educação, moradia, inclusão social, cultural e econômica e combate ao subemprego, trabalho escravo e infantil.
No tocante ao marco legal referente às relações trabalhistas, a entidade defende a redução da jornada de trabalho, bem como a liberdade e autonomia sindicais, a organização no local de trabalho e a configuração de representatividade vertical, numa estrutura composta pelo sindicato de base, federação, confederação e central sindical.
A proposta da UGT de exercitar um sindicalismo cidadão traduz-se na defesa dos interesses econômicos e sociais dos trabalhadores, mas inseridos na mobilização global para a consolidação da democracia e dos direitos civis, a universalização da cidadania e o atendimento às necessidades sociais básicas de toda a população. Alinhando-se às reivindicações por investimentos em tecnologia e inovação e reformas tributária e previdenciária (com a garantia dos direitos adquiridos), a central quer o fim da impunidade e defende o acesso à Justiça a todos os brasileiros.
O País vive momento decisivo. Tem todas as respostas das quais o Planeta precisa para enfrentar as demandas da sobrevivência: a maior reserva hídrica e biodiversidade; biocombustíveis e tecnologia para sua aplicação; terras agricultáveis em abundância e clima propício à agropecuária, consolidando-se como celeiro do mundo; indústria desenvolvida; e imensa capacidade de trabalho.
Estes trunfos não podem ser desperdiçados, devendo ser convertidos em desenvolvimento e soberania. Porém, esse processo somente será pleno se contemplar a justiça social e inclusão de todos os brasileiros nos benefícios da economia. É isto que buscará a UGT, colocando os trabalhadores como sujeitos da história e agentes de uma ofensiva efetiva transformação.
Antonio Carlos dos Reis “Salim” é
vice-presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
e presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e da Federaluz.
Fonte: Diap