Ontem (domingo, 19), Jair Bolsonaro foi muito além dos limites que o cargo lhe permite, ao comparecer e manifestar apoio a ato de seus simpatizantes, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF), em defesa de intervenção militar no País. Isso nós não podemos aceitar. O SITRAEMG espera que o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Ministério Público, através da PGR, vão além de respostas isoladas de alguns de seus membros e tomem medidas institucionais, imediatas e contundentes, contra essa atitude tresloucada de Jair Bolsonaro. Sob pena de os militares assumirem arbitrariamente o poder e retornarmos aos anos de atrocidades que o nosso país experimentou pelo menos em duas oportunidades de sua história, no Estado Novo de Vargas e no Regime Militar.
Aliás, ao longo do atual governo, o que temos visto são políticas de Estado avessas ao interessa geral e ao bem-estar da população. Pessoalmente, Bolsonaro empenhou-se fortemente, por exemplo, pela liberação de armas, para agradar a indústria do setor e as milícias. E sua equipe econômica, liderada pelo ultraliberal Paulo Guedes, só propõe medidas no sentido do desmonte dos serviços públicos e da retirada de direitos dos servidores, dos trabalhadores da iniciativa privada e dos mais pobres. Postura que não tem sido diferente mesmo nesse momento de confinamento decorrente da pandemia do coronavírus. Teve que ser forçado pelos outros poderes a adotar medidas de amparo aos mais vulneráveis, mas prontificou-se logo a editar MP para reduzir os salários dos trabalhadores, e mas mais uma vez preserva os milionários e bilionários que só sugam o Estado brasileiro e pagam migalhas em impostos.
Também lastimável tem sido a conduta irresponsável do presidente no que tange aos cuidados em relação à pandemia. No sentido contrário do que recomendam a Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais órgãos – incluindo o Ministério da Saúde – e profissionais do setor, ele tem defendido a reabertura do comércio e incentivado a aglomeração de pessoas, o que poderá provocar a ampliação de casos de contaminação pelo vírus e de mortes pela Covid-19. E ainda recorre ao discurso hipócrita de que sua preocupação é com o emprego e com os mais pobres, quando sabemos que o faz apenas por pressão dos seus amigos endinheirados que têm suas atividades empresariais calcadas na especulação e no alto risco.
Reconhecemos plenamente que ele foi eleito pela via democrática e respeitamos o voto de todos aqueles que nele acreditaram e o alçaram ao poder. Apesar de inda não terem sido esclarecidas as denúncias contundentes das manobras que teriam sido feitas por seus apoiadores durante a campanha eleitoral ao supostamente dispararem notícias falsas para confundir o eleitor e prejudicar seus adversários no pleito. Tudo isso com o apoio de seus filhos igualmente agressivos Carlos, Eduardo e Flávio. E também de que o então candidato em 2018 vinha de uma carreira legislativa de 30 anos marcada por uma atuação medíocre e por ataques constantes à democracia.
Reiterando, atitudes como a de ontem não podemos mais aceitar.
Reajamos já!
DEMOCRACIA SEMPRE. DITADURA NUNCA MAIS!