Prezados Colegas,
Ontem, dia 02/09/2015, foi mais um dia na nossa luta pela valorização da nossa carreira. Milhares de servidores se deslocaram pra Brasília para protestar e aguardar a votação pela derrubada ou manutenção do veto 26 ao PLC 28/15.
Incansáveis guerreiros percorriam todas as comissões do Congresso Nacional para chamar os parlamentares à sessão e marcar sua presença a fim de que não alegassem falta de quórum.
Nossos ânimos estava a flor da pele e, como numa partida de final da copa do mundo, sabíamos que tínhamos um adversário forte, mas tínhamos esperança, pois nosso time também era forte e honrado.
Ocorre que não contávamos que o time adversário usasse da “violência institucional” para, senão ganhar, pelo menos adiar a “final do campeonato” e com isso pudesse reestruturar o seu time.
Foi bem isso que aconteceu: nos 45 minutos do segundo tempo, quando faltavam apenas 3 senadores para compor o quórum de votação (haviam 38 inscritos, conforme lista extraída do site da câmara), inadvertidamente, o Deputado Waldir Maranhão do PT, encerrou a sessão.
Vários colegas e eu choraramos por dentro ao ouvir tal notícia. Pensamos: que jogo sujo. Onde vamos parar?
Diversos senadores e deputados literalmente “ gritaram” por nós e disseram que nunca tinham visto uma cena daquelas em total desrespeito aos milhares de servidores que se deslocaram de muito longe apenas para ver a democracia sendo exercida. E foram além: o desrespeito não foi só contra nossa classe, foi contra o Estado Democrático de Direito, já que houve claro e expresso descumprimento ao Regimento da “ casa do povo’.
Em matéria de desrespeito por parte de agentes políticos nós já estamos calejados, já que recentemente o Presidente do STF, que deveria ser o nosso “ protetor” foi denunciado à OIT por práticas antisindicais e, agora, de mãos dadas com o Ministro Dias Toffoli, trabalha na Corte para jogar uma pá de cal no nosso direito de greve (manifestou, ontem, em sessão de julgamento de Recurso Extraordinário da FAETEC, que somos selvagens, que não temos interlocutores). Ao contrário do que esperávamos, o Ministro Edson Fachin, muito sabiamente disse que, se “ cortarem o ponto dos servidores grevistas”, acaba-se com o direito de Greve. Em seguida, o Ministro Luis Barroso pediu vista.
Mais tarde, pela primeira vez a Rede Globo (Globo News) fez matéria mais esclarecedora sobre o assunto e disse, nas entrelinhas, que mais cedo ou mais tarde o Congresso Nacional vai derrubar o veto 26. Na reportagem, deixou-se claro que o governo “ jogou sujo” com o adiamento da votação através do Deputado Waldir Maranhão (lembrem-se que este tirou foto conosco com a plaquinha de derruba o veto 26).
O Senador José Medeiros pegou o microfone, durante o ato em Brasília, e disse com todas as letras: “ vocês devem continuar fazendo o trabalho de casa”. Disse que devemos continuar com pressão total e que estamos muito perto da derrubada do veto. Também, de forma muito corajosa, o Senador Randolffe deu declaração dizendo que não vai admitir esse golpe que o governo está dando contra a democracia. Diga sim ou diga não, o Congresso tem que votar os vetos na próxima sessão.
Diante da enorme pressão dos nossos bravos servidores, conseguimos, através do Presidente do Senado Renan Calheiros, remarcar a sessão para o dia 09/09/2015 (quarta-feira) e teremos que permanecer coesos e de pé até lá.
De minha parte, enquanto cidadão e eleitor que sou, tenho me encarregado pessoalmente de persuadir racionalmente a todos em minha volta para conheçam as máculas perversas daqueles que tripudiam com a boa fé dos trabalhadores e façam justiça nas próximas eleições.
Alguns parlamentares, infelizmente, não são dignos dos votos que tiveram e com certeza me lembrarei deles nas próximas eleições. Muitos como eu já declararam nas redes sociais: “faremos nosso trabalho, dando-lhes o troco pela falta de apoio a uma classe tão digna e carente de valorização. Nossa missão é unificar os 150.000 do PJU e MPU a convidar suas famílias e amigos a conhecer cada parlamentar e o que eles representam para o trabalhador.”
A meu ver, aquele que não quer fortalecer o Poder Judiciário (que ainda é o freio e contrapeso dos demais poderes) não preza pela democracia. Penso que daqui pra frente seremos muitos fiscais nos seus pés, ” com sangue nos olhos e faca nos dentes” (defendendo a meritocracia).
Como cidadão posso externar a minha opinião política. Como Sindicalista devo pedir que permaneçamos unidos, objetivamente, em prol da valorização da nossa carreira. Nossa greve já é uma das mais longas da história do judiciário, mas não podemos perder o foco, pois estamos muito perto da vitória. Não há como nos enrolar mais.
Vamos continuar trabalhando pesado, agora mais ainda em relação ao quórum. Devemos estar organizados para pedir àqueles que nos apoiaram para se fazerem presentes na próxima sessão e mantendo o apoio que nos deram outrora.
O Governo já sabe podemos vencer e vai tentar todo tipo de “jogada” antidemocrática. O pessoal que ficou em Brasília “ está de olhos abertos” e trabalha incansavelmente para denunciar qualquer “maracutaia’ que queiram aprontar.
Espero que possamos estar juntos, novamente, no próximo dia 22/09/2015 em Brasília, entoando o nosso grito de liberdade e clamando por “justiça”. Não vamos desistir, se é isso que pensam. Vamos até o final agora. Com mais garra ainda.
Agora é questão de honra…. Até a vitória.
Att.
Alan da Costa Macedo:.