Caravana formada por servidores e coordenadores sindicais participou de ato no Ministério do Planejamento, enquanto alguns coordenadores reuniram-se no TSE e na Câmara sobre projetos de interesse da categoria
Uma caravana de servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais participou, na manhã desta quarta-feira, 19, do Dia Nacional de Mobilização, realizado em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), em Brasília. Junto a eles, diversos coordenadores do SITRAEMG também participaram: Adriana Correa Valentino, Artalide Lopes Cunha, Fernando Guetti, Hebe-Del Kader Bicalho, Débora Melo Mansur, Iclemir Costa e Hélio Ferreira Diogo. Uma parte do grupo ficará em Brasília para a Reunião Ampliada da Fenajufe, amanhã, 20, posto que são os delegados eleitos em Assembleia no último sábado, 15.
Servidores públicos federais de várias categorias estiveram presentes cobrando da ministra Míriam Belchior o cumprimento da promessa do governo de responder à pauta de reivindicações dos trabalhadores até antes do Carnaval – coisa que não aconteceu. Dentre a lista de reivindicações, uma das principais é a data base, direito que o governo nega-se terminantemente a respeitar. “Não podemos aceitar o silêncio do governo frente à nossa pauta. Se o governo quer credibilidade lá fora, tem que mostrar aqui dentro também, com a gente”, reclamaram os servidores, no carro de som, criticando a preocupação do governo federal em agradar os investidores estrangeiros visando à realização da Copa do Mundo e parcerias comerciais. “O discurso usado [pelo governo] é o mesmo de 2012 – contra isso, só mesmo uma greve forte. A unidade é a resposta”, acrescentou outro dirigente sindical, em sua fala aos presentes.
Sob o barulho de muitos foguetes e matracas, não faltaram críticas à atual política dos governos de responder protestos com repressão e violência policial, e ao montante gasto nas obras e na preparação para a Copa do Mundo em detrimento dos acordos feitos com os servidores, para os quais a alegação é sempre a mesma: que não há margem para reajustes salariais. Segundo informes dos manifestantes, entidades nacionais estão se organizando em diversos estados para atos e paralisações. Do carro de som, representantes da categoria incentivavam os colegas a não temerem represálias dos órgãos onde trabalham na construção da greve, pois, “se não enfrentarmos o governo agora, ano que vem ele virá mais armado ainda para não nos dar nada”, alertaram.
Para Saulo Arcangeli, coordenador da Fenajufe e diretor do Sintrajufe-MA, é preciso fortalecer os fóruns estaduais e construir uma grande greve nacional. Ao se dirigir aos participantes do ato, Saulo citou como exemplo de luta vitoriosa a recente greve dos garis do Rio de Janeiro, que conseguiu um aumento de 37% mesmo enfrentando a oposição da mídia e do governo do estado.
A coordenadora do SITRAEMG Débora Melo Mansur, que falou pelo Sindicato mineiro, chamou a atenção para a falácia que a União utiliza para negar aumentos alegando que isso retiraria verbas de outros setores e de outros trabalhadores. Na visão da sindicalista, o que falta é uma melhor distribuição do orçamento, do qual quase a metade, atualmente, se presta a pagar os juros da dívida pública. “Por isso há a necessidade urgente de auditar a dívida pública – porque, se olharmos o orçamento, dinheiro tem, sim”, frisou.
Outras atividades de interesse da categoria
Enquanto isso, coordenadores do SITRAEMG dirigiram-se para a Câmara dos Deputados e para o Tribunal Superior Eleitoral, onde tiveram reuniões – em conjunto com outros sindicatos – a respeito do PL 6613/2009 e o PL 2027/2013, respectivamente – o SITRAEMG divulgará detalhes dos encontros amanhã, em matérias específicas.
Janaina Rochido, de Brasília