Por Alan da Costa Macedo, Coordenador Geral do SITRAEMG
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Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria do SITRAEMG.
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Na última quinta-feira, dia 21 de agosto, os coordenadores do Sindjus-DF foram recebidos pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, obtendo, de certa forma, respostas esperançosas sobre as manifestações quanto à necessidade de revisão salarial.
Segundo a reportagem extraída do site do SINDJUS-DF [1]:
“o presidente confessou que se sentiu incomodado com as buzinas do ato desta quarta-feira (20), cujo som estridente invadiu o Plenário da Corte. Garantiu aos coordenadores que está do lado da categoria, que é parceiro dos servidores, e que vai se empenhar para resolver essa questão. Segundo ele, é necessário que os servidores já recebam parte deste reajuste em 2015. Frisou que não concorda com a posição do governo de só discutir reajuste a partir do próximo ano demonstrando consciência com a urgência da reivindicação da categoria.” ( grifei)
Apesar do tom da conversa nos dar um ar de esperança, devemos permanecer “em cima”, olhando de perto, para que não nos aconteça o que já nos aconteceu outrora: no final, tudo acabar em pizza.
O SITRAEMG já está tentando marcar uma reunião com a Direção Geral do STF para obter informações precisas sobre as negociações com o Executivo e vai estar, também, no Congresso atuando no “corpo-a-corpo” junto aos Deputados.
É preciso aproveitar o momento de ascensão dos presidenciáveis de oposição nas pesquisas para forçarmos o governo a negociar. Só temos pacto com os “servidores” e a nossa luta é por eles. Assim, se os fins justificarem os meios, usaremos nossas armas: persuasão, eloquência e intrepidez para alcançar as benesses para a categoria.
O STF tem que cobrar sua autonomia e se impor nas negociações. Como bem dito pelo nosso amigo e parceiro de lutas João Batista Moraes Vieira, presidente do Sinjufego, em artigo publicado na FENAJUFE [2]:
“Espera-se que a grande base dos servidores não seja abandonada, pois está na fila de espera no pronto-socorro desde 2009. Sabe-se que nenhum projeto de interesse do Supremo será aprovado, isso inclui o reajuste salarial dos servidores, se não houver, claro, acordo de votação com o Executivo, que vem sistematicamente fazendo jogo duro contra os projetos do Judiciário. Por razões já conhecidas, o Executivo tem sua considerável parcela de culpa assim como o Legislativo. Contudo, uma grande parcela dessa culpa pode ser perfeitamente atribuída aos presidentes do Supremo cujo empenho até agora se limitou aos ofícios protocolares. Como chefes de Poder, não defenderam de forma intransigente a autonomia orçamentária do Judiciário da União. O Supremo precisa definitivamente ir além do simples envio formal de projetos e das bravatas ditas em notas oficiais. Nem tudo se resolve no papel. É preciso ação firme. Por isso que nesse processo de interlocução salarial falta ao Supremo um maior enfrentamento com os demais Poderes. Parece que está para surgir um presidente do Supremo que atrevesse a Praça dos Três Poderes para bater com pulso forte na mesa de negociação com o Palácio do Planalto. É preciso que saia das conversas cheias de boas intenções e parta definitivamente para as ações de campo. Não se pode esquecer que o STF possui também traços de órgão político. No respeito à sua autonomia orçamentária, o Poder Judiciário não pode ficar de pires na mão nem de cócoras, deve, sim, ombrear-se com os demais Poderes. ( grifei)
Eu, pessoalmente, nunca defendi fazer greve por fazer, sem que um objetivo direto pudesse ser alcançado e quando não se tem chance nenhuma de conseguir nada. No entanto, agora tenho que ceder, a greve é necessária e eficaz para fazer o barulho necessário aos ouvidos das autoridades.
Assim, deixo aqui o meu apelo aos colegas que concordam com o nosso projeto de revolução por dias melhores: Vamos nos unir em prol da nossa revisão salarial. O tempo é curto e urge. Conversem com seus colegas de trabalho, se for preciso: Implorem por ajuda… Afinal, a conquista será de todos e o momento é mais do que ideal.
[1] http://www.sindjusdf.org.br/Leitor.aspx?codigo=5985&origem=Default [2] http://www.fenajufe.org.br/index.php/imprensa/artigos/2296-stf-vai-vestir-a-toga-dos-juizes-ou-a-camisa-dos-servidores