Evento acontecido na tarde de hoje (13/07), no Palácio do Planalto foi o palco para mais um duro golpe no povo brasileiro. Dois dias depois de sua votação sobre protestos no Senado, a reforma trabalhista foi sancionada, sem vetos, pelo presidente Michel Temer. Na plateia, políticos da base governista aplaudiam o presidente, enquanto a Convenção das Leis Trabalhistas eram destruídas diante de seus olhos.
Em seu discurso, Temer afirmou em 1 ano e 2 meses de governo, fez muito mais do que se tivesse um mandato de 8 anos. “Imaginem o que poderemos fazer com mais um ano e meio de governo, estamos levando adiante reformas como há muito tempo não se via”, comentou. Ironicamente, a afirmação do presidente não é falsa, os ataques aos direitos dos trabalhadores nunca vieram tão rápido como em seu mandato. A reforma trabalhista foi sancionada em tempo recorde e sem qualquer alteração do presidente, contrariando as expectativas de Centrais Sindicais como a UGT e a Força Sindical.
Temer também reafirmou o seu dialogo com o Congresso Nacional e a importância da base aliada governista nesse processo. “Eu devo registrar, que desde o início do meu mandato, eu assumi o compromisso de levar adiante as reformas com apoio expressivo do Congresso Nacional. O Legislativo quando aprova, como aprovou agora, está ajudando a governar”.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB/PE) também discursou durante o evento e não hesitou em reiterar apoio à Michel Temer. “Tenho sido testemunha da sua coragem para com o país. Entre a saída mais fácil e o correto, o senhor tem escolhido o correto para a grande maioria da população. Persevere no caminho do bem. Os partidos da base não faltarão a Vossa Excelência”. A declaração soa como escarnio, pois, segundo a pesquisa do instituto Data-Folha, divulgada no dia 2 de maio, “fazer o que é correto para a grande maioria da população” passa longe de aprovar as reformas. Segundo a pesquisa, 51% dos brasileiros consideram que a Reforma Trabalhista retira direitos dos trabalhadores, e 64% considera que a reforma só trará benefícios aos empresários. No caso da Reforma da Previdência, o cenário é ainda pior, 71% dos brasileiros é contra ou totalmente contra a proposta.
Já na Câmara, o outro lado do Congresso também se mostrou um aliado fiel de Temer. Poucas horas depois da sanção presidencial, os deputados governistas conseguiram rejeitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por 40 votos à 25, a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente. A vitória dos governistas acontece após uma semana de manobras para trocar membros da comissão, que contrariou o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB/RJ), que se posicionou favoravelmente a abertura do processo. Deputados aliados ainda citaram a sanção da reforma trabalhista para justificar seu apoio ao presidente. O processo não está encerrado, o tema segue para o plenário da Câmara, onde são necessários 342 votos para aprovar a abertura do processo no STF.
Do lado de fora do Congresso Nacional, onde o presidente Michel Temer não goza de tanta popularidade, uma série de artistas têm impulsionado um movimento para pressionar os deputados a votarem pelo início das investigações. O movimento é chamado de “342 agora!”, e pode ser acessado no site https://342agora.org.br/. Veja também o vídeo de lançamento do movimento.