Serra do Gandarela: necessidade de preservação urgente

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Logo após a palestra de Frei Betto no SITRAEMG, representantes de movimentos falaram sobre a preservação da Serra do Gandarela e sobre a alternativa sustentável para a geração de energia via biomassa

No último sábado, dia 21 de abril, a sede do SITRAEMG recebeu Frei Betto para palestrar sobre meio ambiente. Na ocasião, movimentos como o Movimento pela Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela e a Escola de Biomassa também estiveram presentes e conversaram com os participantes a respeito de suas causas e o impacto de cada uma na qualidade de vida dos cidadãos.

Maria Tereza, a Teca, mostra mapas e slides para explicar a necessidade de preservação urgente da Serra do Gandarela (Foto: Erinei Lima)

O primeiro representante a se manifestar foi Maria Tereza Corujo, pela criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela. A área onde se pleiteia a criação do parque fica a sudeste de Belo Horizonte, na Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de BH (APA SUL RMBH). Situa-se entre a Serra do Caraça e a Serra da Piedade, e abrange os municípios de Barão de Cocais, Caeté, Santa Bárbara, Rio Acima, Raposos e Itabirito e está sendo ameaçada pelas atividades mineradoras da Vale.

Segundo Maria Tereza, mais conhecida como Teca, a serra possui nascentes que fornecem mais de 60% da água consumida por Belo Horizonte e 45% da água que abastece a Região Metropolitana. “O próprio estado reconhece a área como prioridade para preservação, dada a presença de espécies raras e grande presença de Mata Atlântica, cachoeiras, cavernas e sítios arqueológicos”, explica Teca.

A ambientalista denuncia que a Vale, ao pleitear o terreno para mineração, alegou que se tratava de “algo pequeno”, mas que o movimento descobriu que o objetivo era “transformar a serra em um segundo Eldorado dos Carajás”. Teca se emociona ao apontar o mapa projetado na parede do auditório do SITRAEMG e questiona “como podem chamar nosso território de quadrilátero ferrífero, sem levar em consideração a água existente no local? O nome correto deveria ser quadrilátero aquífero”, protestou.

Novamente emocionada ao mostrar fotos dos estragos que as cavas de minas e barragens de detritos da mineração têm feito em áreas de preservação em Minas Gerais, Maria Tereza também mostra reportagens de jornal que mostram que a preservação do meio ambiente custa mais barato que sua destruição. Ainda, ela aproveita para refazer o apelo de Frei Betto para que as pessoas compareçam à Rio + 20, em junho, no Rio de Janeiro, para denunciar a degradação ambiental, apesar da resistência dos governos em agir: “os governantes não querem vir para a Rio + 20 porque não querem olhar a questão ambiental de frente”, denuncia.

Biomassa, energia limpa e abundante

(Foto: Erinei Lima)Logo após a explanação de Maria Tereza sobre a Serra do Gandarela, foi a vez de José Guilherme Castro (foto), da Escola da Biomassa, falar aos presentes a respeito do assunto e apresentar trechos do documentário “Carta’ 7” (assista aqui), sobre o cineasta mineiro, geólogo e incentivador da cultura de biomassa,  Marcello Guimarães Mello. Durante sua apresentação, Castro frisou a necessidade urgente de criação da empresa brasileira de agroenergia – que seria uma grande aliada para a sustentabilidade.

Do ponto de vista da geração de energia, a biomassa abrange os derivados de organismos vivos utilizados para a produção de combustíveis. A geração de energia via biomassa se dá através de processos como a combustão desse material. A principal vantagem da biomassa é seu caráter renovável e pouco poluente. Numa usina de álcool, por exemplo, os resíduos de cana-de-açúcar (bagaço) podem ser utilizados para produzir biomassa e energia.

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