Senador por Illinois alcança número de delegados suficientes para encerrar disputa com ex-primeira-dama no Partido Democrata e se prepara para enfrentar McCain.
O senador Barack Obama conquistou na noite de ontem a vaga democrata para disputar as eleições presidenciais de novembro, pondo fim a uma disputa de cinco meses pela nomeação do partido. Mesmo antes da apuração dos resultados dois últimos estados a realizar as primárias do partido, Montana e Dakota do Sul, integrantes da campanha do senador já declaravam que Obama já havia conquistado o número de delegados suficientes para ser o nome da legenda contra o candidato republicano, John McCain. A agência Associated Press também informou que uma estimativa, que leva em conta os delegados e superdelegados que declararam apoio a sua candidatura e outros apurados por sua equipe, davam a escolha do senador como certa.
Sob forte pressão de membros do partido, a senadora Hillary Clinton admitiu, pela primeira vez, a hipótese de ser a candidata a vice-presidente na chapa de Obama. Hillary ficou ainda mais longe da nomeação ontem, quando Obama recebeu em poucas horas o apoio de 15 superdelegados, enquanto a senadora ganhou apenas um. O mais importante deles foi o do ex-presidente Jimmy Carter. “Hillary tem todo o direito de continuar concorrendo, mas a disputa terminou”, disse Carter.
Hillary, senadora por Nova York, fez o comentário em um conferência por telefone com parlamentares da legenda. O comentário da senadora foi a resposta a um outro comentário feito pela representante (deputada) democrata Nydia Velázquez, que disse acreditar que a melhor maneira de Obama obter muitos votos entre grupos de eleitores, incluídos os hispânicos, seria escolher a senadora Hillary para ser sua candidata a vice na chapa. O participante da teleconferência disse que Hillary Clinton replicou: “Eu estou aberta a isso”, referindo-se à possibilidade de ajudar as perspectivas do partido em novembro.
De acordo com a rede CNN, desde segunda-feira Hillary vem dando sinais de que tentará negociar a vice-presidência. A campanha de Obama confirmou que recebeu várias sondagens informais de pessoas ligadas a ela, mas deixou claro que a decisão final é de Obama. O maior empecilho para uma vice-presidência de Hillary são os ataques que a senadora fez a Obama durante a campanha. Muitos partidários e assessores do senador ainda não digeriram muitas das acusações de Hillary de que Obama é inexperiente e não seria páreo para McCain.
Obama também enfrenta outra forte oposição ao nome de Hillary dentro de casa. Michelle, sua mulher, não é muito simpática à idéia de ter a ex-primeira-dama por perto. Assim que circulou a notícia de que Hillary poderia ser vice de Obama, o Comitê Nacional Republicano divulgou vídeos no YouTube que mostram a senadora colocando em dúvida as qualidades de Obama para ser comandante-chefe e admitindo que o forte de McCain é a política externa. “Nós usaremos essas declarações de Hillary à exaustão”, disse à rede CNN um dos estrategistas de McCain.
A senadora californiana Dianne Feinstein, uma das mais ardentes partidárias de Hillary, disse que “chegou a hora da verdade” para a candidatura da ex-primeira-dama, que deveria encerrar sua campanha. “É hora de pensar no partido”, disse Dianne, que também afirmou que Hillary deveria negociar uma posição de vice na chapa democrata. Segundo a AP e a CNN, pessoas próximas a Hillary disseram que a campanha da senadora poderia ainda demorar alguns dias para ser encerrada oficialmente. O objetivo de Hillary agora seria negociar com Obama vários itens, inclusive uma vaga de vice-presidente na chapa democrata.
Em mais um sinal de que a disputa se aproxima do fim, assessores financeiros de Obama anunciaram que estão recrutando a equipe de arrecadação de fundos de Hillary. Com a nova ajuda, eles acreditam que o senador possa arrecadar mais US$ 75 milhões.
Fonte: Portal Uai
