O presidente do Senado, Garibaldi Alves, apóia a idéia de divulgar pela Internet não apenas os pedidos de licença e as verbas indenizatórias, mas também as ausências dos parlamentares. Em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (21), ele foi indagado sobre o poder que tem essa divulgação de contribuir para a visibilidade do Parlamento.
– Não vejo dificuldade de pôr as ausências na Internet. A olho nu, se fizermos disso uma coisa metódica, sistemática, não vejo dificuldade. Os meus colegas, com certeza, não vão sentir nenhum constrangimento em divulgar sua presença na Internet. Se é isso, vamos fazer.
Na mesma entrevista, Garibaldi foi indagado sobre a conveniência da ajuda de custo que o parlamentar recebe no início e no fim de cada sessão legislativa. Foi-lhe perguntado se não seria conveniente acabar com isso também. O presidente do Senado respondeu que essa não é uma mudança tão fácil.
– Isso já vem de algum tempo e é adotado por diversas Casas legislativas pelo mundo afora. É muito complexo que um presidente possa anunciar uma mudança como essa. Não é tão simples assim como alguns podem pensar.
– Um senador merece receber quinze salários por ano? – indagaram-lhe então.
– Uma coisa é o parlamentar ter direito a aumento de salário, como eu me referi na entrevista de ontem. Outra coisa é questionar um mecanismo de pagamento que não surgiu do dia para a noite e que não pode ser tratado de qualquer maneira, mas com muita compenetração.
Garibaldi foi indagado ainda sobre a agenda independente que ele recomenda para o Legislativo e que, em sua opinião, é uma prerrogativa do Parlamento tanto quanto é prerrogativa do governo ter um plano para conduzir o país. A questão era se, ao defender essa agenda independente, ele estaria criticando o governo.
– Não, estou criticando a nós mesmos. Isso é uma autocrítica. O governo, podendo ter uma agenda para seus interesses, ele tem. Agora, cabe a nós ter uma agenda voltada para os interesses da Nação que dependem do Legislativo.
Outra pergunta dirigida ao presidente do Senado foi quanto à sua adaptação à liturgia exigida do cargo de presidente do Senado.
– Olha, já fui governador de um estado pobre, que não pode ter mordomias, mas que também tinha exigências protocolares. Acho que um cargo como esse pode conferir algumas facilidades em razão das responsabilidades, para que a autoridade tenha condições de exercer a representação. São coisas inerentes ao cargo. Mas, na medida que puder suavizar isso, vou, porque não gosto de aparato.
Antes de encerrar a entrevista, o presidente do Senado disse o que deseja ganhar de presente de Natal. Afirmou esperar que os jornalistas o poupem de tantas perguntas.
– Espero que vocês fiquem mais calmos, mais tranqüilos. Façam as perguntas que quiserem, mas também façam perguntas que eu possa responder. Eu desejo um feliz Natal para todos e principalmente para vocês que trabalham tanto e que, aqui e acolá, também atormentam tanto.
Sessão no Natal
Garibaldi Alves informou ainda que o Senado terá sessão plenária nesta segunda-feira (24), embora com baixo quórum, em razão de a maioria dos senadores desejar passar o Natal com suas famílias.
– Espero que a imprensa compreenda que não é fácil nem agradável trazer os senadores para cá na véspera de Natal, ainda mais quando tantos moram tão longe de casa.
Fonte: Agência Senado
