Festival Internacional de Teatro de Bonecos em BH

Compartilhe

Festival Internacional de Teatro de Bonecos começa no fim da semana, oferecendo ao público de Belo Horizonte a chance de conferir pesquisas desenvolvidas em várias partes do mundo. Ingressos promocionais a R$ 10, até sexta-feira, no posto do Sinparc, na Avenida Afonso Pena, 1.055, Centro, ou pelo site. www.festivaldebonecos.com.br. O posto funciona das 13h às 18h (4ª e 5ª); das 12h às 18h (sábado) e das 11h às 17h (domingo). Preço efetivo a partir de sábado: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada para maiores de 60 anos, menores de 21 anos e estudantes), nas bilheterias dos teatros.

Dar vida ao inanimado, tornando sensíveis objetos rudimentares. Assim a atriz bonequeira Wilma Rodrigues define seu ofício. Com técnicas variadas, artistas e bonecos encantam públicos de todas as idades, criando ilusões que se multiplicam ao longo de décadas. A partir de sábado, essa variedade de recursos e a diversidade de formas de lidar com o gênero serão apresentadas no Festival Internacional de Teatro de Bonecos, realizado em Belo Horizonte pela Cia. Catibrum. Ingressos com preços promocionais já estão à venda. O evento propõe 45 atividades em nove dias de programação.

“O boneco vai encantar sempre, seja de madeira ou criado a partir de sombra, máscaras e formas animadas. Se estiver nas mãos de um manipulador talentoso, emociona, porque realiza o sonho de dar vida, alma e essência ao que não pode se mover”, comenta Wilma.

Diretora da Zero Cia. de Bonecos, ela apresentará o espetáculo Sevé, inspirado no livro O misterioso rapto de Flor-do-Sereno, de Haroldo Bruno. O grupo recorre a tradições nordestinas e à literatura de cordel para contar a história de Sevé, que enfrenta as forças do mal para ter de volta a esposa seqüestrada. A trama se passa no sertão de Pernambuco, nos anos 1940, e conta com trilha original de Fernando Muzzi.
Atuando profissionalmente nas artes cênicas desde 1976, Wilma descobriu a paixão pelos bonecos anos depois, quando participou de um festival em Curitiba. Passou a investir na pesquisa do gênero e formou a Cia. Zero, com a qual realizou sete espetáculos, cinco deles infantis. Para ela, a diferença não está na faixa etária a que se destina a montagem, mas na relação com o público. “É preciso ser cuidadoso, estar atento à qualidade de todas as fases da produção e, principalmente, respeitar as pessoas na platéia”, diz.

COTIDIANO O peruano Hugo Suárez está de volta ao festival, desta vez como diretor de Manologias – La Santa Rodilla. O trabalho é composto por 17 números curtos interpretados por três bonequeiros. Os quadros, adianta Suarez, foram escritos em forma cômica e contam histórias simples, do cotidiano, com poesia. Para o diretor, elas sintetizam a técnica dos mímicos. “Mais que conceitos, buscamos no movimento os símbolos para construir as cenas. Há anos estamos envolvidos com experimentações sobre as possibilidades de expressão do corpo”, explica. Suárez constrói personagens realçando mãos, pés e joelhos dos atores.

Como não há escola para esse tipo de abordagem, a preparação dos integrantes do grupo se deu de forma experimental. Atores, eles estudaram disciplinas como clown e títeres. Participante de festivais em diferentes países, o artista peruano elogia o público mineiro e o desenvolvimento do teatro de bonecos no Brasil. Para ele, o perfil extrovertido da platéia latino-americana favorece o ofício dos bonequeiros, assim como o intenso movimento de criação dos artistas locais. “É incrível a qualidade e a quantidade de grupos envolvidos com pesquisas importantes. Eles renovam essa arte, que é tão antiga e tradicional”, observa.

Diretor da Cia. Catibrum, organizadora do Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Belo Horizonte, Lelo Silva adianta que esta edição conta com 45 atividades, incluindo o lançamento dos livros O bonequeiro de escada, que relata a trajetória de Augusto Bonequeiro, e Cassimiro Coco de cada dia – Botando boneco no Ceará, mapeamento dos artistas e da prática do mamulengo. Os dois trabalhos são de Ângela Escudeiro, de Fortaleza. O festival também oferecerá oficinas de animação em stop motion, com a equipe do Estudio Terpins Greco, de São Paulo, e de dramaturgia, com a Cia. Truks.

Lelo Silva comemora o retorno a BH da Cia. Philippe Genty, da França, desta vez com o espetáculo La fin des terres. “Eles são a maior companhia de bonecos de que se tem notícia, por causa da qualidade da pesquisa que realizam e da formação dos integrantes”, comenta. Genty é considerado mestre na arte dos títeres.

Companias
INTERNACIONAIS

BISTOURI, Tof Theatre (Bélgica)
Teatro Alterosa. Dias 31/5 e 1º/6, sáb, 19h; dom, 16h e 19h. Grupo perverte técnicas tradicionais e expõe o marionetista. Em cena, um doente na cama e, em sua cabeceira, um cirurgião aposentado, com enorme prazer de voltar ao trabalho.

GULLIVER, Cia. Viaje Inmóvil (Chile)
Teatro Francisco Nunes. Dias 30 e 31/5 e 1º/6, 21h. Ignorante de sua condição de cativo, Gulliver avança e retrocede, sobe e desce, arrastando correntes em busca da porta que o leve de volta a seu mundo.

MANOLOGIAS, Cia. La Santa Rodill(Peru/Itália/Argentina)
Teatro Alterosa. Dias 3 e 4/6, 21h. Histórias curtas, cômicas ou reflexivas, mas sempre poéticas. Temas como amor, morte, mitos, bem e mal, desejo, criação e liberdade são tratados com frescor.

ANTOLOGIA, Cia. Jordi Bertran (Espanha)
Teatro Alterosa. Dias 5 e 6/6, 21h. Cada marionete representa um personagem, alguns conhecidos e universais; outros inspirados no cotidiano do circo e do teatro. Entre eles, Salvador Dali, Louis Armstrong e O Alquimista.

TRESESPINAS, El Chon Chon (Argentina)
Teatro Marília. Dias 5 e 6/6, 21h. Os apresentadores El Abuelo e Arraskaeta se enfrentam em um novo desafio teatral. Tresespinas conduz a imaginário absurdo e menos conhecido dos bonecos de manipulação de luva.

POEMES VISUALS, Jordi Bertran (Espanha)
Teatro Alterosa. Dias 7 e 8/6, 19h. Poeta leva à cena maleta repleta de letras de espuma e começa a misturá-las com seus sons e formas, descobrindo que é possível criar poesia sem, necessariamente, construir palavras.

LA FIN DES TERRES, Cie. Philippe Genty (França)
Teatro Sesiminas. Dias 7 e 8/6, 21h. Aborda temáticas oníricas e surreais, numa viagem poética ao centro dos sonhos e a suas fobias. Descobre-se algo que se encontra em algum lugar além do fim das terras.

NACIONAIS

2 NÚMEROS, Cia. Teatro Portátil (RJ/RJ)
Teatro Santo Agostinho. Dias 3 e 4/6, 19h. Duas peças curtas se constroem como delicadas coreografias, a partir da movimentação dos atores animando objetos, máscaras e boneco.

AS AVENTURAS DO PROFESSOR TIRIDÁ NAS TERRAS DO CORONEL DE JAVUNDA, Augusto Bonequeiro e Ângela Escudeiro (Fortaleza/CE)
Estacionamento do ViaBrasil. Dias 5 e 7/6, 19h. Discute a opressão dos camponeses pelos coronéis. Simão representa a imagem do poder e da perversidade e é surpreendido com a chegada do justiceiro e intrigante
Professor Tiridá.

A BANDA SALSICHA RECHEADA, Cia. Caixa do Elefante (Porto Alegre / RS)
Estacionamento do Via Brasil. Dias 3 e 5/6, 19h. Parque Municipal – Praça do Sol, dia 8/6, 14h30. Cachorros cantores e dançarinos empolgam a platéia com covers bem-humorados de músicas das décadas de 1970 e 1980.

BOLHA LUMINOSA, Teatro Lumbra (Porto Alegre/RS).
Parque Municipal. Dias 31/5 e 1º/6, 20h. Mistura intervenção cênica, música, teatro de animação e instalação plástica. Usando um balão de nylon gigante, Bolha permite que sombristas criem cenas insólitas.

CADÊ O MEU HERÓI?, Sobrevento (SP/SP)
Teatro Marília. Dias 7 e 8/6, 16h. Releitura da tradicional história da donzela que, aprisionada por um barão malvado, com quem não quer se casar, espera a vinda de um herói. Com reviravoltas e revelações, ele a salva.

O CASO DA COBRA PANTERA, Augusto Bonequeiro e Ângela Escudeiro (Fortaleza/CE)
Parque Municipal (Praça do Sol). Dias 1º e 8/6, 15h. Cobra surge em ambiente bucólico, ameaçando a tudo e a todos. Quando não mais encontra pequenos bichos, ela se volta contra os irmãos Beto e Tati.

E SE…, Tato Criação Cênica (Curitiba/PR)
Galpão Cine Horto. Dias 7 e 8/6, 16h. Simpáticos personagens surgem em cena com o uso de adereços nas mãos dos atores para discutir as escolhas do dia-a-dia e suas conseqüências.

GIGANTES DE AR, Pia Fraus (SP/SP)
Parque Municipal / Praça do Sol. Dia 31/5, 16h. Dia 1º/6, 11h, no Estacionamento do ViaBrasil. Espetáculo de rua reúne esquetes inspiradas no circo-teatro, nos animais de circo e seus amestradores, com bonecos infláveis gigantes.

O INCRÍVEL LADRÃO DE CALCINHAS, Trip Teatro de Animação (RS/SC)
Teatro Marília. Dias 31/5 e 1º/6, 19h. História de detetives baseada no estilo noir das décadas de 1940 e 1950, marcada pela falta de caráter e pelo crime. Detetive é procurado por mulher fatal que tem peça íntima roubada.

PASSEATA DE BONECOS GIGANTES, Loucos Varridos (Oliveira/MG)
Praça da Liberdade/ Parque Municipal. Dia 31/5, 15h. Com temas sociais e ecológicos, o bloco Loucos Varridos se tornou a maior referência carnavalesca de Oliveira, destacando-se como manifestação original da região.

SEVÉ, Zero Cia. De Bonecos (BH/MG)
Teatro Dom Silvério. Dias 7 e 8/6, 19h, sábado, e 17h e 19h, domingo. Misterioso rapto da bela esposa de Sevé e a viagem que este inicia para descobrir seu paradeiro. O herói é um homem comum que tenta derrotar o mal.

TEM DÓ, MARLENE, TEM DÓ, Matraca (BH/MG)
Teatro Marília. Dias 3 e 4/6, 21h. No elenco, Jacques Sólon, ex-atirador de facas, Lola de Oliveira, dançarina de cabaré, e Marlene, uma boneca. Ferida e enciumada, Lola abandona Jacques, que a procura.

YEPÁ, AVÓ DO MUNDO, Aldeia Teatro de Bonecos (BH/MG)
Teatro Santo Agostinho. Dias 7 e 8/6, 11h. Três mulheres – três Marias. Com saudades da infância, elas inventam uma avó para lhes contar histórias.

ENDEREÇOS

Estacionamento do ViaBrasil, ViaShopping. Av. Afonso Vaz de Melo, 640, Barreiro de Baixo

Galpão Cine Horto. Rua Pitangui, 3.613, Horto, (31) 3481-5580

Teatro Alterosa. Av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta, (31) 3237-6611

Teatro Dom Silvério/Marista Hall. Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 3209-8989

Teatro Francisco Nunes. Parque Municipal, Av. Afonso Pena, s/nº, Centro, (31) 3277-4203

Teatro Marília. Av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia, (31) 3277-6319

Teatro Santo Agostinho. Rua Aimorés, 2.679, Santo Agostinho, (31) 2125-6810

Teatro Sesiminas. Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3241-7181


Fonte: Jornal Estado de Minas

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags