No dia 5 de outubro do ano passado, o filiado do SITRAEMG Alberto Calixto Mattar Filho, servidor da Justiça do Trabalho em Passos, há quase 25 anos, lançou o livro de sua autoria intitulado simplesmente “Livros”, em uma solenidade de posse e noite de autógrafos no Palácio da Cultura, na cidade onde nasceu e mora.
O livro encontra-se à venda pelo preço de R$ 30,00. Interessados em adquiri-lo devem entrar em contato com Alberto Calixto Mattar Filho pelo e-mail mattaralberto@terra.com.br ou pelo seu Messenger no Facebook, buscando pelo nome completo do autor.
O autor
Alberto Calixto Mattar Filho, articulista da Folha da Manhã, em Passos-MG, há mais de 20 anos, é formado em Letras pela FESP desde 1983 (Fundação de Ensino Superior de Passos), hoje absorvida pela UEMG, e foi professor de Língua Portuguesa e Redação também em Passos por 18 anos. Atualmente, é servidor de carreira da Justiça do Trabalho local, onde ingressou por concurso público em 29/03/1993. Já em 1996, começou a cursar Direito na mesma FESP/UEMG, tendo concluído o bacharelado em 2000. Em 2001, realizou as provas da OAB e obteve sua aprovação. Finalmente, em 2006, concluiu especialização em Direito e Processo do Trabalho. No dia 05/10/2017, lançou seu primeiro livro, de nome “Livros”, uma coletânea de 50 textos sobre obras literárias publicados na Folha da Manhã ao longo de mais de 20 anos.
A obra, descrita pelo próprio autor
Há certos desejos que vamos alimentando no decorrer da existência, mas nem sempre nos dispomos a empreender os esforços suficientes para realizá-los. Dificuldades momentâneas de naturezas diversas costumam nos lançar ao mundo das protelações. Normalmente, estamos muito mais envoltos nas necessidades e compromissos do dia a dia.
De qualquer modo, aquele desejo recôndito surge, de repente, com todo seu potencial, e vai adquirindo uma intensidade tamanha que passa a ser talvez a coisa mais importante no seio da infinidade de atos que já praticamos na vida.
Minha trajetória no mundo da leitura e da escrita já vai longe. Há muitos anos, a fim de comunicar o que penso, ocupo este espaço e me dirijo a cada um de vocês em busca da divisão e alcance dos meus pontos de vista. Virou necessidade e privilégio.
Tal ânsia significa bem mais do que o objetivo de expor pensamentos. Vai muito além. Penetra no campo do próprio exercício linguístico, que reside no prazer do uso e da sonoridade das palavras, da arquitetura das frases, da elaboração dos períodos.
Conteúdo e forma. Forma e conteúdo. Não importa a ordem. Faces inseparáveis.
Confesso-lhes que, durante todo esse tempo em que cá nesta página compareço, procurei guardar tudo que escrevi. Não só em arquivos de texto, que, hoje, são mais de 700, mas as próprias páginas desta Folha. As memórias tecnológicas não fazem jamais desvanecer a beleza primordial das páginas. A história se impõe na origem.
Tantos textos assim vieram, de forma gradativa, me insuflando a ideia de reuni-los em livro. Ah! Sim, voltamos ao desejo íntimo. Mas era preciso indagar: quais dos referidos textos mereceriam a reunião? Quais fariam jus a uma coletânea em forma de livro? Grande parte desse universo de opiniões haveria, por óbvio, de perder a atualidade.
Artigos sobre episódios políticos, divergências jurídicas e relativos a tantos fatos circunstanciais estão sempre fadados à defasagem. As questões políticas, como dizia Tancredo Neves, mudam ao mover das nuvens. O mesmo se dá com as jurídicas e com inúmeras outras que dependem de aspectos de momento que lhes dão vida. E com a avalanche de problemas que assola o Brasil, a defasagem hoje parece estar sujeita ao fluxo de poucas horas.
Em razão disso, eu só poderia mesmo reunir os textos atemporais, já que despidos do risco de perda de atualidade. Refiro-me aos que escrevi sobre obras literárias, espécie de resenhas sobre vários romances e autores brasileiros e estrangeiros aqui publicadas ao longo de mais de 20 anos.
Foi o que ocorreu. Definidas as diretrizes, nascia o livro.
O passeio se dá por nomes consagrados como Machado de Assis, Eça de Queirós, José Saramago, Kafka, Dostoiévski, Graciliano Ramos, Lobo Antunes, George Orwell, Miguel de Cervantes, Vladimir Nabocov, Amós Oz, Ignácio de Loyola Brandão, Fernando Sabino, Milton Hatoum, Shopenhauer, Jorge Amado, Voltaire, Patrícia Melo, Cristovão Tezza, Oliver Sacks, J.M. Coetzee e outros.
Gostaria também de destacar que, no rol da obra, há dois textos que abordam dois escritores que marcam presença na história das letras de Passos, Francisco Soares de Melo, o notável professor Chiquito, e Marco Túlio Costa, um dos nossos mais premiados e reconhecidos autores no campo da ficção.
Bem, não me sinto nenhum expert em literatura. Apenas li e leio ao máximo em meio às possibilidades que o tempo e o espaço me ofertam, o que me sedimentou o amor aos livros. Mas sempre vai faltar o que ainda não li, o que não conheço e o que decidi não ler, mesmo sem maiores explicações. Na realidade, acabei me tornando um dependente da leitura e da escrita, inclusive dos artigos quinzenais que aqui escrevo.
Este livro, que finalmente vem à luz, representa, portanto, um compartilhamento desse universo particular de leituras que, há tempos, se apossou de mim e que precisa sempre e novamente de vocês para estabelecer a indispensável conexão entre o escritor e o leitor.
Talvez o sirva até como um norte para quem almeja trilhar o caminho das múltiplas e ilimitadas alternativas que o ato de ler nos oferece.