No último sábado (12/05), o coordenador geral do SITRAEMG Célio Izidoro Rosa em conjunto com o Movimento Quilombo, Raça e Classe organizou a ida de trabalhadores e trabalhadoras quimbololas de Belo Horizonte e Juiz de Fora para a marcha de “130 anos de Abolição sem políticas de reparações, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
A marcha foi organizada com o objetivo de denunciar a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, usada como instrumento de repressão da população pobre e negra das favelas e periferias.
O ato exigiu a punição dos torturadores do regime militar, a apuração do assassinato de Marielle, Anderson e dos jovens de Maricá e o fim da intervenção militar no estado. No domingo, 13/05 se completou 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, e por iniciativa de algumas entidades do movimento negro, a data foi lembrada como o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.
O nome da marcha foi escolhido em referência ao samba-enredo de 1988 da escola de samba Mangueira, intitulado “Cem anos de liberdade, realidade e ilusão”. Trechos da letra questionavam a realidade social das pessoas negras do nosso país.
“Será que já raiou a liberdade, ou se foi tudo ilusão?
Será, oh, será que a Lei Aurea tão sonhada,
Há tanto tempo assinada
Hoje dentro da realidade, onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu?”
Abolição
Existem controvérsias sobre a abolição no Brasil e principalmente como ela ocorreu. Há fortes críticas quanto a consagração da princesa Isabel como heroína dos negros, bem como a ilusão democracia racial forjada pós-abolição, tentam harmonizar as relações sócio raciais no Brasil. No entanto, a partir desta lei, negros e negras seguiram dependendo de sua própria sorte, vivendo em condições sub-humanas e empurrados para as favelas, lançados ao abandono, sem nenhum tipo de reparação.
Veja fotos do ato: