Reunião ampliada que reunirá representantes dos servidores de todo país no sábado 14, em Brasília, avaliará mobilização e debaterá construção da greve pela revisão salarial
Os servidores do Judiciário Federal concluem, nesta quinta-feira 12, o segundo dia das 48 horas de paralisações e atos públicos de olho na continuidade da mobilização, que busca forçar o Supremo Tribunal Federal a enviar o anteprojeto de lei da revisão salarial ao Congresso. As primeiras 24 horas do protesto, que também defende a jornada de 6 horas, reuniu milhares de servidores em atividades realizadas em pelo menos 23 estados do país.
Embora com graus de adesão naturalmente diferenciados, a expressiva participação da categoria em todas as regiões do país fortalece o movimento e apontam para continuidade da pressão contra o Supremo. Assembleias nos estados ao final das atividades desta quinta devem avaliar como foram as mobilizações e indicar os próximos passos desta luta. A maioria dos sindicatos filiados à federação nacional (Fenajufe) já elegeu os representantes à reunião ampliada, que acontecerá no sábado 14, em Brasília.
Na reunião, que desta vez será deliberativa após duas ‘edições’ apenas consultivas, a construção da greve por tempo indeterminado estará com certeza em pauta. “O momento agora é de muita mobilização. Vamos mais uma vez mostrar que os servidores do Judiciário garantem seus direitos com luta e organização”, disse o servidor Cléber Aguiar, do TRF de São Paulo e diretor do Sintrajud, durante as manifestações na capital paulista. Opinião parecida expressou o servidor Marcus Robson, diretor do Sindjus (AL), durante as atividades em Maceió: “Todas as conquistas só vieram com o processo de mobilização da categoria, com a interação com a sociedade”.
Luta deve continuar
A mobilização enfrenta, nessa etapa da luta pela revisão salarial, a articulação das associações nacionais de magistrados e procuradores, que se opuseram ao anteprojeto aprovado pelos presidentes dos tribunais superiores, e a decisão do presidente do STF, Gilmar Mendes, de adiar o envio da proposta ao Congresso. Também se defronta com o tempo: se aproxima o final do ano e com ele o recesso tanto do Judiciário quanto do Legislativo.
A categoria expressou a insatisfação com tudo isso nos atos realizados no dia 11 pelo país afora. E apontou a continuidade do movimento como forma de fazer o projeto avançar. “Sem o servidor, o Judiciário não funciona”, resumiu Fernando Neves, da Justiça Eleitoral de Belo Horizonte e diretor Jurídico do Sitraemg, ao falar no ato público realizado na capital mineira.
Por Hélcio Duarte Filho
Luta Fenajufe Notícias
(colaboraram as redações do Sintrajud, Sindjus-AL e Sitraemg)