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Nesse momento em que o governo espalha propaganda pela mídia, tentando passar atestado de ignorância ao país quando compara sua Reforma da Previdência com a privatização da telefonia, com a implantação do Plano Real e outras comparações menos inteligentes. É que se torna mais importante buscar o único legado mundo uma reforma tão perversa quanto a atual foi realizada. O Chile efetuou sua reforma goela abaixo, como aqui, ainda nos anos 80. O período era o da ditadura de Pinochet. Temer segue os mesmo passos apresentados almanaques do liberalismo, como o escrito por Friedman, ex-diretor do FED (Federal Reserve), uma espécie de Banco Central Americano, porém privado.
A reforma da ditadura de ultradireita de Augusto Pinochet instituiu mudanças perversas, mas que fazem a brasileira parecer um pesadelo muito pior. Para aposentar, desde 1981 as chilenas devem ter 60 anos e os chilenos 65 anos, além de contribuir com 10% de sua renda total por 20 anos. Os fundos são individualizados e abertos para bancos privados administrarem como quiserem, inclusive investirem na bolsa de valores e arriscarem em qualquer tipo de risco financeiro. O resultado é simples, 90% dos aposentados têm uma renda de aproximadamente R$ 700,00 e o salário mínimo chileno é de R$ 1.226,20. Se comprado ao Brasil, somada à lei de contensão de despesas que congela os gastos por 20 anos, teríamos o seguinte resultado para hoje, salário mínimo R$ 937,00 e 90% dos aposentados com renda de aproximadamente R$ 530,00.
Quando foi implementado pela equipe da ditadura militar chilena, o plano de reforma da previdência foi a primeira implementação “nua e crua” de um modelo teórico do liberalismo. Porém, há uma distância enorme entre a realidade e a teoria acadêmica de Milton Friedman (papa do neoliberalismo). Questões como crescimento populacional, média de crescimento econômico do PIB e crescimento da economia internacional foram superlativadas. Outro ponto importante, é que os economistas trabalham com a lógica de que a economia sempre crescerá e nunca levam em conta os limites planetários de recurso, onde estamos começando a chegar. O Brasil tenta implementar no governo do golpe de estado de Michel Temer planos que já destruíram o Chile. Vale a pena buscar conhecimento no modelo educacional superior de lá, que pela mesma ditadura privatizou totalmente o ensino. Por lá, há um desastre social já consolidado e mascarado pela arrecadação do estado e baixo imposto.