Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria do SITRAEMG.
Servimo-nos deste espaço para esclarecer algumas questões relacionadas à segurança dos servidores do PJU no período da greve deste ano.
A greve dos servidores do PJU foi marcada por diversas manifestações. Algumas delas acompanhadas de perto pelas autoridades policiais.
Destacamos a manifestação ocorrida no dia 12/08/2015 onde ocorreu o confronto entre os servidores e a Polícia Militar do Distrito Federal.
Todos assistimos atônitos aos diversos vídeos e fotos, divulgados pelos grupos de whatsapp, deste confronto ocorrido em frente ao STF. Algumas imagens mostravam o incidente que ocasionou a lesão do colega André Cubas. Segundo informações, o servidor teve fratura no braço e lesão na testa provocada por munição de elastômero – vulgarmente chamada de “bala de borracha”.
Então, eu e colega Ricardo, ambos Agentes de Segurança, solicitamos ao SITRAEMG, na pessoa do Alexandre Magnus, e à FENAJUFE a permissão para intermediarmos um acordo com as autoridades policiais envolvidas nas diversas frentes de manifestações dos servidores do PJU em Brasília.
Obtida a permissão das entidades supra citadas, buscamos o contato com o Batalhão da Polícia Militar do DF, na pessoa do Major Fernandes, e também da Policia da Câmara e do Senado.
Procuramos abrir um canal de comunicação entre polícias e servidores, buscando evitar novos enfrentamentos e danos.
Fomos bem recebidos por todas estas instituições que assumiram o compromisso do diálogo antes de qualquer tipo de ação mais contundente. O fato de sermos profissionais da área de segurança facilitou a comunicação e interação.
Foi-nos disponibilizado um espaço para que pudéssemos observar as ações das tropas e dos servidores. Ficamos posicionados próximos aos policiais observando suas ações e decisões, às vezes por horas até o fim das movimentações. Dialogávamos com representantes das polícias e a cada passeata as correções eram feitas em ambos os lados – servidores e polícia. Algumas vezes solicitamos aos servidores que não adentrassem em determinado local e em outras solicitamos das tropas o espaço que nos era devido.
A parceria funcionou e não ocorreram mais confrontos.
Não temos a pretensão de dizer que apenas a nossa colaboração foi responsável pelo fim dos conflitos. Mas podemos dizer que contribuímos para isso. Éramos apenas Agentes de Segurança aplicando parte de nossos conhecimentos em prol do servidores do PJU.
Alguns colegas perceberam nosso trabalho, outros não. Mas isso não importa, pois nesta função o anonimato ajuda.
E por que não relatar isso antes? Por que expor isso agora?
Há poucos dias assisti a um vídeo no whatsapp mostrando a Polícia do Senado prendendo um suposto servidor do PJU após manifestação sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral.
Causa-me espanto ouvir alguns servidores dizerem que são contra a transformação do cargo de Agente de Segurança em Polícia. Estes servidores alegam que como policiais os atuais Agentes usariam de suas prerrogativas para agredir seus colegas em caso de grave.
Mentira!
A principal função dos Agentes de Segurança do PJU é garantir a segurança, inclusive dos servidores!
Conhecemos Agente que socorreu servidora acometida de mal súbito levando-a ao hospital e lá permanecendo até a chegada dos familiares. Conheço também Agentes que cuidam da segurança de Oficiais de Justiça em cumprimento de diligências em áreas de risco. São os Agentes que cuidam da segurança de testemunhas e jurados. E há casos de Agentes que conduzem réus presos dentro das edificações do PJU.
Estes casos comprovam que os Agentes de Segurança trabalham não apenas na segurança de magistrados.
Esperamos que esse relato desfaça esse mal entendido.
Contamos com o costumeiro respeito e amizade dos servidores do PJU para que juntos possamos alcançar a valorização que todos merecemos.
Contem conosco.
At,
Sérgio Macedo Teixeira e Ricardo Ferreira Soares – Agentes de Segurança do Poder Judiciário da União