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As mulheres da Região Metropolitana de Belo Horizonte seguem uma tradição de mais de 100 anos, no movimento de mulheres, reivindicando direitos. A Origem do oito de março vem da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. Zetkin propôs uma jornada anual de manifestações das mulheres pela igualdade de direitos. Um marco importante, pois a luta das mulheres deve se insurgir contra aqueles que lucram com o machismo: os patrões.
No dia 8 de março de 1917, um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa. O protesto iniciou uma onda de manifestações por “Pão, paz e terra”, que, em outubro, culminou na revolução. Desde então a data é o Dia Internacional da Mulher.
Somos mulheres que perderam amigos e familiares no crime ambiental de Brumadinho, e nos posicionamos contra a flexibilização do licenciamento ambiental feita por Pimentel, e aprofundada por Zema. Que a Vale pague as indenizações das famílias e trabalhadores atingidos, que Zema tenha órgãos de fiscalização e planos de emergência para agir junto aos bombeiros, em caso de novos rompimentos. São três anos sem respostas por Mariana e incontáveis os crimes após a privatização da empresa. Por uma Vale 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores. Mar de lama nunca mais!
O Brasil é o quinto país do mundo que mais mata mulheres: 12 mulheres são assassinadas por dia, e o risco de uma jovem negra ser assassinada é 2 vezes maior do que o de uma mulher branca. Nosso país é o que mais mata mulheres trans e travestis. Chega de transfeminicídio! O recente decreto que flexibiliza o porte de armas nos ameaça, especialmente mulheres do campo e indígenas. Chega de violência no campo. Nenhuma a menos!
Nesta data, protestamos pelo fim do feminicídio, legitimado pelas declarações de Bolsonaro, marchamos contra a destruição dos direitos, que visa aprofundar a diferença salarial entre homens e mulheres. Somos contra a reforma da previdência, que aumenta a idade mínima de aposentadoria e estipula 40 anos de contribuição para ter aposentadoria integral. Pelo direito de aposentar!
Pelas mulheres que trabalham nos serviços públicos estaduais: profissionais da saúde e da educação, categorias cuja maioria é feminina, e profissionais da segurança pública, que estão com os salários parcelados. Pelo pagamento integral dos salários, sem parcelamento. 13º já!
Somos trabalhadoras da Justiça do Trabalho e assistimos o desmonte dos direitos trabalhistas, a precariedade da fiscalização do trabalho (que atinge apenas 3% das empresas), o fim do Ministério do Trabalho, a ameaça de extinção da própria Justiça do Trabalho e, com ela, das mínimas garantias do trabalhador na sociedade capitalista. Contra a Reforma Trabalhista, contra o fim do Ministério do Trabalho e contra o fim da Justiça do Trabalho!
A mamata e a corrupção seguem como tônica deste governo mentiroso. O PSL utilizou candidaturas laranjas para desviar verba pública de campanha, mais uma vez afirmando que “mulheres não servem para a política”. O dinheiro que sobra para a corrupção falta em políticas públicas para mulheres, bem como nos serviços públicos. Vamos protestar pela quebra do sigilo fiscal e telefônico de Flávio Bolsonaro, Queiroz, Bebbiano e companhia, e pela devolução do dinheiro aos cofres públicos. Pedimos investigação da suspeita de ligação dos Bolsonaros com a milícia. Queremos saber quem matou e quem mandou matar Marielle. Queremos justiça!
8 de março: ato unificado em BH, às 16h, na Praça da Estação.
#MARIELLE PRESENTE
#NOSSA VIDA VALE MAIS
#SOMOS SEMENTES
#VAMOS TODAS
Etur Zehuri, servidora aposentada do TRT3ª Região
Fernanda Flávia, servidora do TRT3ª Região.