Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria do SITRAEMG.
Com a posse dos novos parlamentares e a eleição dos Presidentes da Câmara e do Senado já podemos perceber que pouco mudou na política. Eleição secreta na Câmara (Rodrigo Maia / DEM/RJ) e aberta no Senado (Davi Alcolumbre DEM/AP) não mudam os principais atores e partidos do cenário político no Brasil.
Os trabalhadores da rede privada e servidores públicos municipais, estaduais e federais terão que continuar lutando contra a agenda do FMI e dos grandes bancos.
Os holofotes terão como centro político/econômico as retiradas de mais direitos trabalhistas, privatizações e reformas.
Na Câmara teremos praticamente três blocos:
- Bancada do GOVERNO:
PSL, MDB, DEM, PSDB, PP, PSD, PR, PRB, PTB, PSC, NOVO, PTC e PMN (representam 311 deputados) - Bancada intermediária: PDT, PODE, SD, PCdoB, PATRI, PPS, PROS, AVANTE, PV e DC (representam 105 deputados)
- Bancada de oposição ao Governo: PT, PSB, PSOL e Rede com 97 deputados federais.
Para aprovação de uma EC (emenda constitucional) o Governo precisa aproximadamente de 308 votos da Câmara e é exatamente o que o Governo tem sem esforço com a formação acima.
Se temos interesse em barrar a extinção da Justiça do Trabalho, lutar contra outra reforma trabalhista, lutar contra a reforma previdenciária, aprovar a PEC da Data-base, lutar pela manutenção da estabilidade do servidor público, etc, temos que nos unir desde já fortalecendo nossos Sindicatos e exigindo de seus representantes maior comprometimento com a categoria.
Tenho absoluta certeza com a pressão organizada, legal e bem unificada nacionalmente como cidadãos e principalmente através de nossas entidades representativas temos condições de virar o jogo…
Os votos da Bancada Governista serão os mais difíceis reverter, mas não impossíveis. Basta um ótimo material: honesto e que circule junto a toda sociedade e principalmente junto as bases eleitoreiras dos parlamentares governistas…
Olhos clínicos voltados para um dos maiores partidos que é o MDB (antigo PMDB) que já esteve com PSDB, PT e agora com o PSL. O PMDB até agora conseguiu se manter em todos os Governos e diante das inúmeras e maiores participações nos casos de corrupções também adotou a famosa tese do “rebranding” alterando seu nome para MDB. Mas a resposta que acredito que todos já temos é se esse partido continuará trocando votos por benefícios políticos/financeiros no Governo Bolsonaro?
A pressão deverá se iniciar desde já e seguindo uma frente ampla nos Municípios e Estados, além de trabalho de terça a quinta, noite e dia, em Brasília!
Não podemos aceitar, por exemplo, uma reforma previdenciária sabendo que a previdência é superavitaria e quando sabemos que há, ainda, grandes bancos, enormes ruralistas e multinacionais devedoras de mais de 400 bilhões a previdência pública!
A histórica e grande greve dos servidores do Judiciário de 2015 já demonstrou que JUNTOS SOMOS MAIS FORTES e que podemos reverter o cenário mesmo com uma política suja e mentirosa a nosso desfavor com entrega de ministérios e cargos em troca de votos…
Essa é uma análise preliminar da conjuntura Nacional política que se constrói até agora ao meu ver.
Diante do exposto, a necessidade urgente que se coloca para nós, trabalhadores, é no mínimo nossa FILIAÇÃO:
http://www.sitraemg.org.br/filie-se/
Alexandre Magnus
Diretor de base do SITRAEMG e servidor da JT em Juiz de Fora.
Fotos da greve de 2015 dos servidores do PJU