Fechando a semana de atos diários, nesta sexta feira, 24/07, o TRT sediou mais uma manifestação dos servidores do judiciário federal, o ato iniciado ao meio dia contou com a presença de quase 150 servidores, que se mantêm firme na greve e discutem alternativas para os próximos passos da luta pela reposição salarial depois do veto da presidente Dilma Rousseff ao PLC 28/15.
O coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro fez uma fala ressaltando a necessidade de refletir sobre a atual conjuntura e a necessidade de reacender a chama da luta nos servidores que, mesmo que ainda indignados, voltaram ao trabalho depois do veto. O coordenador leu o parecer do assessor parlamentar do Sindicato (veja AQUI), que faz uma avaliação sobre os desdobramentos do projeto na câmara, e pediu prudência ao movimento “A nossa bandeira é a derrubada do veto, mas temos que ter consciência que esse pode ser um passo demorado, a próxima sessão do congresso vai ser só no dia 4 de agosto, e o nosso projeto pode não ser votado nela”. Célio ainda afirmou que os servidores só podem confiar em suas próprias forças e na própria categoria, disse que o Presidente do STF, Ricardo Lewandowski já alega que não mais apoia o PLC 28/15, e que os servidores não podem confiar na cúpula do judiciário como aliados. O coordenador denunciou também a CUT, que em seu site tem declarado que apoia a proposta do governo de 21,3% para todos os servidores públicos, inclusive o judiciário, e alertou que grande parte dos coordenadores da FENAJUFE ainda são ligados a CUT e defendem o governo acima dos interesses dos servidores, “temos que ter cuidado com os lobos em pele de cordeiro”, disse o coordenador.
Finalizando sua fala, Célio preveniu os servidores para que pressionar os parlamentares para a derrubada do veto é importante, mas que sem previsão orçamentária essa luta vai ser em vão, por isso é preciso cobrar do Supremo que vote a LOA com previsão para a reposição do judiciário dentro do prazo (28 de agosto), e que isso só vai acontecer com a mobilização da categoria.
Logo depois, a também coordenadora do SITRAEMG, Vilma de Oliveira deu um informe sobre a marcha em Brasília. Vilma falou sobre as mais de 12 horas que os servidores se mantiveram em vigília em frente ao palácio do planalto, e sobre o descaso que o STF e a presidente da república trataram os servidores que lá estavam. Segunda a coordenadora, “Dilma fez os servidores do PJU de palhaços, pois nem os notificaram oficialmente sobre o veto”, ela ressaltou que saber sobre o veto pela imprensa só mostra que o executivo não se abriu ao dialogo porque está acuado, e teme a força dos servidores. A coordenadora ainda afirmou que a partir daquele momento, para ela, o judiciário não tem mais um chefe, pois, “o Lewandowski não tem dado a mínima pra categoria”. Vilma ainda fez um chamado para que os servidores se mobilizem pelas redes sociais para buscar mais apoios para a derrubada do veto. A Vilma ainda deu o informe sobre a marcha dos Spfs, e falou da importância da unidade com os outros setores. “Lutar sempre, desistir nunca a luta não eh fácil! Mas só assim que se têm vitórias, e eu estarei na luta até o final, afirmou a coordenadora”
Após a intervenção da coordenadora, o filiado Nestor Santiago fez, em sua fala, um resgate histórico do que conseguimos até aqui. E que eh necessário continuar lutando “nós conseguiremos pautar o veto, à medida que conseguirmos pressionar o congresso”, segundo o servidor a greve permanece forte, na justiça eleitoral, apesar do baixo quórum de servidores do tribunal no ato.
O servidor Marcos, clamou por uma revitalização da greve, “eh necessário uma nova fase! Uma nova greve! Com novo fôlego!” Segundo o servidor, a estratégia do governo é colocar o movimento em banho Maria para enfraquecer a greve.
A filiada Paula Meniconi, sugeriu criar caravanas para visitar os parlamentares em seus escritórios durante o recesso. Segunda a servidora, os servidores podem se organizar para visitar os parlamentares em suas cidades nesse período de greve e garantir o apoio à derrubada do veto.
O Filiado Hebe’Del Cader, fez uma fala motivacional, dizendo que a greve é uma questão solidária, e que por mais difícil que seja ouvir o que não queremos (se referindo ao veto da Dilma), a luta não deve esmorecer, o movimento agora deve concentrar os esforços em chamar os servidores que estão desanimados à voltarem para a luta.
O diretor David Landau, alertou que além dos parlamentares, os servidores ainda tem que se concentrar nos ministros do STF, segundo ele “se o STF se manifestar de forma explícita contra a derrubada do veto, isso pode ser um grande problema, pois desmoraliza a luta dos servidores”. Por isso eh importante pressionar também o STF. Além disso, David relembrou que é fundamental que, “quando um de nossos colegas seja ameaçado, ou assediado por estar na greve, que haja denúncias públicas ao sindicato para que este possa repassa-las a administração dos tribunais”, segundo o servidor, a garantia democrática a greve e de ausência de represálias, eh uma posição pública da administração do TRT, e os servidores devem se utilizar disso.
Ao fim do ato a estudante Thaís, ligada a entidade estudantil Ames-Bh, fez uma fala de solidariedade aos servidores públicos, repudiando também os cortes do governo aos setores públicos como saúde, educação e justiça. Segundo a estudante “Os trabalhadores e juventude não podem pagar pela crise enquanto banqueiros e empresários continuar a lucras os seus milhões”. Após sua fala o Coordenador Célio Izidoro agradeceu a solidariedade, ressaltou a importância da unidade entre os trabalhadores e a juventude e encerrou o ato ao som do Hino Nacional.