O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta quarta-feira que a decisão de inviabilizar a sessão conjunta do Congresso que analisaria os vetos presidenciais tenha sido apenas sua. Segundo ele, houve um acordo entre os líderes da Casa na tentativa de apreciar os vetos da presidente Dilma Rousseff ao voto impresso e ao financiamento de partidos e campanhas por empresas – pontos aos quais os deputados se opõem.
Cunha avaliou que, caso a sessão tivesse ocorrido, o Planalto veria derrubado o veto ao reajuste dos servidores Judiciário, um dos itens da pauta-bomba que, em vigor, comprometeria as contas do governo. “No clima que ficou hoje, o governo perderia os vetos. O governo perdeu três votações na Casa nesta quarta. Quando foi testado, teve apenas 200 votos”, afirmou Cunha.
O peemedebista rebateu as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo quem Cunha teria colocado a política “a serviço de caprichos pessoais”. “Foi um gesto político dos líderes da Câmara. Não foi um capricho ou vontade minha. Informei Renan dessa decisão ontem e ele ficoiu de resolver com os líderes do Senado, mas não resolveu”, continuou Cunha. Ele declarou que a sessão agendada para a próxima terça deve analisar os vetos, desde que haja quórum.
Cunha se negou a comentar a investigação aberta contra ele pelo Ministério Público da Suíça por suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. As autoridades de investigação do país europeu encontraram contras secretas do peemedebista e de familiares. O saldo dessas contas foi bloqueado e há indícios de que elas conteriam propina supostamente recebida pelo deputado no escândalo do petrolão. As autoridades suíças remeteram o processo ao Brasil e o caso seguirá sob investigação do Ministério Público Federal.
Fonte: Veja.com