O ato de hoje, primeiro da semana, reuniu cerca de 300 servidores em frente à Justiça do Trabalho que, conforme o próprio presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, disse, iriam ouvir “informes não tão bons” quanto aos últimos movimentos no jogo entre governo e grevistas. Ainda assim, os participantes ficaram firmes no propósito de manter a greve a todo vapor, votado em assembleia durante o ato.
Ao anunciar notícias tensas, Brandi leu um informe a respeito da decisão do STJ atendendo a um pedido da Advocacia Geral da União, em liminar – portanto, reversível -, determinando que “seja mantida no trabalho, nos dias de greve, uma equipe com no mínimo 80% dos servidores em cada localidade de atuação, sob pena da multa já requerida (e-STJ fl. 37), até que seja apreciado o mérito da demanda”, alegando um possível prejuízo às eleições deste ano (clique aqui para ver a íntegra do documento). “Vocês [servidores do TRT e da Justiça Federal] sempre contaram com o apoio do TRE em suas greves – agora são eles que precisam do seu apoio, então, vamos à greve pelo TRE”, conclamou o presidente do Sindicato, lembrando que os benefícios da aprovação do PCS serão de todos e pedindo uma grande vaia à AGU.
Em meio a tal nota, no entanto, Brandi destacou que o STJ não acatou o pedido principal da AGU, que era pela suspensão da greve, deferindo então, o pedido subsidiário, que é o retorno dos servidores – logo, o movimento deve continuar, firme e forte. Além disso, continuou o presidente, a liminar foi expedida no dia do feriado de Corpus Christi, sem que a Federação ou os sindicatos fossem chamados a negociar, o que contraria a obrigação, determinada em lei, que de que decisões como esta sejam tomadas de forma bilateral. A federação já teria acionado sua assessoria jurídica para derrubar a liminar – em Minas Gerais, o SITRAEMG já providenciou uma reunião com a administração do TRE que será realizada amanhã, dia 8, para discutir o assunto.
Greve continua, inclusive em Brasília
Como ressaltou o diretor jurídico do SITRAEMG Fernando Neves, o momento é crucial e a greve não pode ser suspensa – “tenho certeza que essa liminar irá cair”, disse. O Sindicato, inclusive, estará com uma caravana com mais de 30 filiados em Brasília nos dias 8 e 9 de junho para participar dos atos públicos do calendário nacional e fazer um corpo-a-corpo com os deputados, a fim de pressionar pela continuidade da tramitação e aprovação do PL 6613/09. E, falando da capital federal, Sebastião Edmar, também diretor do Sindicato, informou, de Brasília, que os servidores daquela cidade também decidiram enfrentar o STJ e manter a greve. De acordo com Edmar, “estamos nos 45 minutos do segundo tempo, o jogo encontra-se empatado e o momento é de partir para o ataque”, comparou.
Em assembleia realizada durante o ato, os servidores escolheram entre duas propostas: manter a greve ou retornar ao trabalho, como manda a liminar do STJ. Com apenas quatro votos contra e uma abstenção, venceu a proposta de continuidade da greve, em um universo de quase 300 votantes. Com este resultado, Fernando Neves fez novo convite para que os servidores do TRT e da Justiça Federal juntassem-se aos 20% do TRE que, de acordo com a liminar do STJ, estão desobrigados de retornar ao trabalho, para continuarem a greve e chamar mais colegas para o movimento.
“Como viemos frisando ao longo de todos estes dias, nossa greve é ordeira e está dentro da lei, então vocês não precisam temer”, lembrou Neves, acrescentando que a liminar será cumprida enquanto tiver validade. Após o ato, Fernando Neves adiantou que, em contato com a diretora-geral do TRE, Elizabeth Barra Rezende, ela informou que os próprios servidores de cada setor devem se organizar, liberando os 20% permitidos pela liminar do STJ. Amanhã, o assunto será novamente abordado no ato/assembleia das 13h, em frente ao TRE (veja aqui o calendário da semana).
Chamamento à adesão
O diretor Célio Izidoro, que tem percorrido os prédios dos tribunais, junto a servidores e outros diretores, em um trabalho de conscientização sobre a greve, falou aos trabalhadores sobre as impressões que tem colhido nas visitas. “Os servidores, além de quererem a presença do sindicato, querem também a presença dos colegas, querem ver quem está no movimento”, disse. Izidoro fez um apelo para que a categoria não se deixe dividir pelas propostas do governo, nem sempre benéficas, e não se iluda, pois o PCS não passará sem greve.
Reforçando a fala de Célio Izidoro, Fernando Neves, que também têm percorrido os tribunais falando aos servidores, chamou os colegas a darem ideias para operacionalizar a greve, dia após dia. “A participação dos servidores é fundamental, é preciso que sejamos solidários e conversemos com os colegas para que eles entendam que essa é uma luta de todos, que o PCS é de todos”, finalizou.